acabamos de entrar no mês de dezembro e já não se fala de outra coisa senão do natal. vamos desde já esclarecer um ponto: eu gosto desta época e cresci a celebrá-la. mas, se sempre me fez confusão ver ruas e lojas enfeitadas muito fora do tempo (este ano o frenesim natalício começou a fazer-se sentir logo em outubro!), mais estranho me parece ver as pessoas deixarem-se ir nesse ritmo imposto pelo comércio e pela publicidade e muito menos pelo real significado da data.
há casas enfeitadas desde novembro, compras que começaram na “black friday” e que só acabarão no dia da consoada, agendas já preenchidas com várias ceias temáticas e adivinha-se muita correria para as vésperas das grandes festas e muito lixo nas ruas nos dias que se lhes seguem.
está tudo bem se gostas de um natal assim tão florido e intenso. eu também já gostei de ter a maior árvore de natal possível e de dar muitos presentes para fazer as pessoas felizes. até que percebi que, nesta época, andava sempre a correr, ficando sem tempo para o que era mais importante (por exemplo, ajudar a minha mãe na cozinha) ou sentindo-me imensamente esgotada (os dias de férias quase não eram aproveitados). houve também desencantos: haver quem só olhe para as prendas e haver quem nunca as tenha recebido.
portanto, e sem quaisquer moralismos, se desejas desacelerar, economizar tempo e dinheiro, proteger o meio ambiente e dar um novo sentido a esta quadra, estas são as minhas dicas:
/ menos compras
é importante termos a família e o convívio, estar presente e estar com tempo, ter saúde e divertirmo-nos. as prendas são tradição e também fazem parte mas são apenas isso mesmo: uma parte do todo de que é feito o natal, e devem estar ao serviço do espírito da época… não são o espírito da festa! por isso, estabelece prioridades e define a partir deste ponto a tua lista de compras: é assim tão essencial dar tantas prendas a tantas pessoas? cá por casa, por exemplo, optou-se pela troca de prendas somente com as pessoas com quem passamos a consoada; entre as minhas melhores amigas, com quem faço anualmente um encontro natalícia, estabeleceu-se que o importante é a nossa presença e alguma contribuição para a refeição, não havendo troca de presentes.
/ compras mais intencionais
os meus sobrinhos são unânimes… uma das prendas cá de casa que mais gostaram e lhes ficou na memória foi um voucher que desenhámos com um programa à nossa medida, indicando a oferta de um dia bem passado com os tios, incluindo direito a passeio, almoço, cinema e pipocas. e por que não fazermos um donativo junto de quem mais necessita em nome das pessoas que queremos presentear (e a estas damos antes um postal simbólico falando dessa causa para também as envolvermos na missão em causa)? ou podemos trocar as pantufas e meias para os avós por escovas de dentes de bambu e pastas dentífricas de origem vegetal para lhes dar a conhecer as mais modernas formas de protegermos o planeta. tudo é válido se pusermos a nossa imaginação e o nosso coração a funcionar.
/ decoração e festas
quando as decorações natalícias me começaram a consumir mais tempo do que a dar-me prazer, substituí a atafulhada árvore artificial por uns ramos secos que colhi no quintal dos meus pais e decorei com pinhas e outros pequenos apontamentos. simplificar, cá em casa, passou por isso a ser palavra de ordem. isso e dizer “não” a tudo o que possa causar stress desnecessário: não precisamos de aceitar todos os convites para jantares, como não temos de fazer todos os jantares no natal; não precisamos de agradar a gregos e troianos, podemos fazer escolhas e estar na consoada com uns e no dia 25 de dezembro com outros ou ir rodando por diferentes casas a cada ano.
isto fez sentido para ti? deixa-me o teu feedback nos comentários.
Concordo com tudo o que escreves, se há época onde a simplicidade deveria reinar é no Natal mas infelizmente o consumismo afasta-nos cada vez mais do espírito da época, seja ela qual for.
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obrigada pelo teu comentário Telma! comecemos por fazer simples nas nossas casas e aos poucos “contaminamos” as pessoas à nossa volta 😉
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Concordo, acho que a época natalícia tornou-se excessivamente numa época de consumismo. Cá em casa reciclamos algumas decorações de natal e outras pegamos em materiais que haviam cá por casa e transformamos em decorações de natal. As prendas estão limitadas às crianças e sempre algo que lhes seja útil e que tenha significado.
Sou completamente contra as decorações começarem em outubro, nem se consegue aproveitar e saborear o outono, a desfolhada, o magusto, os cogumelos…
Precisamos todos de desacelarar, sem dúvida e admiro quem tenha coragem de dizer não ao consumismo desta época e regresse ao verdadeiro significado do Natal que é celebrar a vida, que mesmo nos dias mais curtos do ano existe vida. E celebrar a vida é celebrar o amor junto de quem mais amamos.
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é mesmo isso: reciclar, reaproveitar… podemos até fazer trocas de artigos que já não precisamos e que podem ser úteis às outras pessoas. e tocaste num ponto muito interessante: cada coisa tem o seu tempo e é tão bom estarmos presentes a viver nesse ritmo mais natural. e há que pegar nas tradições que são nossas e não importadas, como o advento. 😉
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Eu também acho um exagero. Eu sempre gostei de ver as decorações (nunca gostei da parte das compras), mas muitas das decorações que uso já vieram da casa da minha mãe, não comprei nada desde que moro sozinha, e tento ser criativa para aproveitar o pouco que tenho. As prendas, são poucas as que compro, sempre foi assim, e procuro coisas que sejam úteis. Bom post 👍
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obrigada, Joana! decorações assim têm alma 😉 beijinhos!
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