as fronteiras entre vida pessoal e profissional ou entre pessoalidade e intimidade são muito ténues. e por vezes, sobretudo no mundo digital, baralham-se. não gosto de “espetar” a minha vida na web e, no entanto, “espeto” o que mais me vai no íntimo. por que decido publicar o quê (perguntam-me por vezes)? não me interessa dizer onde estou, com quem estou e a fazer o quê. não interessa o rosto ou os dados biográficos de quem está por detrás das palavras. interessa-me antes a essência de tudo o que vejo, leio, ouço, sinto. interessa-me a atitude que decido tomar face a todas as coisas, o que me faz sentir viva, a energia que me implode e explode. e interessa-me partilhar isso porque quando escrevo (sob as mais diversas formas) “harmonia”, “positivismo” e “gratidão”, afasto tumultos e ruídos… e porque há sempre alguém desse lado a dar-me sinal que me acolhe e se expande… porque da última vez que alguém me abalou por me questionar sobre o que escrevo e me fez duvidar de mim mesma, houve outro alguém que me abraçou e me pediu para não deixar de escrever e não desistir de mim, porque isso era a força desse alguém para também continuar em frente…
(Paulo César tem razão quando diz “Todos os dias são especiais quando queremos”. Fui isso mesmo que me inspirou hoje para voltar à escrita.)