creio que a palavra “conforto” tem sido alvo de um profundo mal-entendido. conforto, para mim, é bom, é calmo, é aconchegante, é harmonioso, é leve, é simples. é equilíbrio. na minha zona de conforto sou mais eu, mais segura, mais confiante, mais forte. dou mais tudo.
enfim, diz-se que a vida começa quando saímos da zona de conforto mas tenho cá para mim que, afinal, se saímos é porque na verdade essa zona nos é desconfortável, desfavorável. inquietante.
então o que procuramos quando mudamos de casa, de trabalho, de país ou mergulhamos no autoconhecimento? não será conforto? o tal lugar quente, saboroso, que nos enche o peito, seja ele feito de um salto de paraquedas ou de panquecas com chá?
conforto não é comodismo. não é sedentarismo. é o que nos move. comove. é também o lugar, a situação, posição onde podemos descansar, demorar, para voltar a partir só quando não nos for mais confortável, conveniente, suportável não mudar. não me lembro de me ter feito ao Caminho por outra razão.
então, sair da zona de conforto? não, obrigada.