mais devagar, mais feliz

“vivemos no tempo da pressa. mas se tudo o que fizermos for para ontem, o que acontece a hoje e ao amanhã?”

foi esta a questão que mais me tocou no manifesto publicado pelo Esporão, aquando do lançamento da sua nova campanha de comunicação sob a assinatura “mais. devagar”. o propósito desta marca portuguesa de vinhos e azeites, que se orgulha de trabalhar ao ritmo da natureza, “com cuidado e responsabilidade, respeitando o tempo das coisas”, foi o de promover o debate sobre a necessidade de abrandar nos dias de hoje. para isso, encomendou um estudo à Universidade Católica Portuguesa sobre a adoção e o impacto do slow lifestyle em Portugal, que conclui: “quem abranda tende a ser mais feliz”.

o estudo revela que 40% dos portugueses adotam frequentemente um estilo de vida slow e, dos 60% que nunca ou raramente o fazem, 80% desejam fazê-lo. não é assim de admirar que uma maioria se identifique com o conceito (70%) e que esta concorde que viver mais devagar é importante (93,6%), interessante (93,7%), atrativo (89,5%) e que lhe chama a atenção (88,1%).

o impacto

no geral, os inquiridos adotam moderadamente um estilo de vida slow em todas as áreas questionadas, como tempo em família e relações, alimentação, natureza e sensações, exceto na gestão de tarefas do dia a dia, o que sugere que as pessoas (principalmente jovens com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos) ainda têm dificuldades em abrandar a esse nível.

em termos da adoção deste estilo de vida, foram ainda identificados três segmentos: o adotante ligeiro, o moderado e o intenso. os três diferem entre si ao nível dos 12 indicadores de progresso equacionados: bem-estar, felicidade, otimismo, realização pessoal, pouco stresse, percepção de saúde, estilo de vida saudável, equilíbrio na vida, tempo livre, sucesso e satisfação com a vida, criatividade e concentração.

“as maiores diferenças entre os adotantes ligeiros e intensos”, lê-se no estudo disponível em maisdevagar.pt, “estão relacionadas com a adoção de tempo livre e gestão de tarefas, natureza e sensações e alimentação”. também é interessante perceber que “devagar” ao nível da natureza e sensações gera criatividade, enquanto na alimentação o impacto é sobretudo significativo sob o ponto de vista do estilo de vida saudável e do otimismo, ao passo que o ritmo lento na execução de tarefas releva a capacidade de concentração, o tempo livre, o equilíbrio de vida e o pouco stresse.


dica: além do estudo completo, em maisdevagar.pt dá-se “voz às pessoas e projetos nos quais abrandar é a chave para avançar”. vale a pena a leitura das entrevistas já publicadas, incluindo ao mestre do Slow Movement, Carl Honoré.

 

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