já são mais que conhecidos os benefícios do exercício físico para a saúde e bem-estar mas vale sempre a pena relembrar…
a Organização Mundial da Saúde (OMS) refere que “são mais de 20 as doenças e condições relacionadas com a saúde para as quais existe evidência científica de um papel positivo da atividade física regular. a atividade física reduz as taxas de mortalidade por todas as causas, doença coronária, a hipertensão, trombose, síndrome metabólico, diabetes tipo II, cancro da mama e colorretal, depressão e quedas. há, ainda, evidência forte para um efeito na aptidão cardiorespiratória e muscular, no peso e composição corporal, na saúde óssea, na funcionalidade física e na função cognitiva”. por isso, a OMS recomenda 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de atividades vigorosas (ou uma combinação das duas).
ciente disso, depois da minha última crise na saúde e tal como tenho vindo a demonstrar nas minhas redes sociais, decidi sacudir a preguiça e negligência comigo mesma e fiz-me ao caminho, começando da forma mais simples, completa e significativa para mim: caminhar.
“um pé à frente do outro”
“pôr um pé à frente do outro é uma das coisas mais importantes que podemos fazer”, afirma o autor do livro “A Arte de Caminhar”, Erling Kagge. ele lembra-nos de como, em crianças, ao começarmos a caminhar, surge a alegria da exploração e o domínio das coisas, sendo isso uma parte essencial da nossa natureza. lembra-nos ainda de como “caminhar com as nossas duas pernas foi a base de tudo aquilo que somos”: “primeiro aprendemos a caminhar, depois a fazer fogo e a preparar comida, e a seguir desenvolvemos a linguagem.”
talvez seja isso mesmo que tanto me atrai na caminhada: o regresso à nossa essência e a alegria do movimento lento, sentido, exploratório. é certamente isso que mais me atrai quando a caminhada acontece por entre bosques ou junto ao mar: respiro melhor, clareio os pensamentos, desacelero, observo o que me rodeia, trago-me para o presente, silencio-me. e então, como tão bem diz Erling, “o tempo expande-se”.
não é por acaso que os japoneses defendem “banhos de floresta” para a melhoria da saúde e bem-estar. chama-se “shinrin-yoku”, é uma terapia cientificamente validada e recomendada pelos serviços nacionais da saúde, e, entre outras técnicas, inclui longas caminhadas por parques florestais. entre os resultados comprovados estão “uma maior sensação de conforto, um reforço do nível de tranquilidade, um aumento de energia, uma melhoria no estado emocional e uma redução da ansiedade”.
caminhar é também prática espiritual – não podia deixar de referir aqui os Caminhos de Santiago, que nos conduzem pela metáfora da vida através dos nossos passos, potenciando o autoconhecimento. e é um excelente aliado do turismo de natureza – e aqui importa destacar que Portugal é um destino fabuloso para se explorar a pé, contando com trilhos e percursos pedestres devidamente sinalizados.
então vamos caminhar? entretanto, a propósito e para vos inspirar, estou a preparar novidades para esta rubrica… fiquem atentos!