ela voltou

ela voltou. carrega novas vestes, novas almas dentro de si. reflexos de outras vidas – já o reconheceu. reflexos de várias dores – umas curadas, outras ainda a desabrochar. novas forças também.

ela voltou mas não sabe o que traz, além das novas vestes. quebraram-se-lhe as amarras de um círculo que já a asfixiava… o círculo do tempo, das limitações, do finito. como se lhe quebraram o rigor, a austeridade, a fortaleza das letras, fontes de caixa alta quando, na verdade, se sente pequena, simples, leve, livre, em expansão…

ela voltou, com novo logo, novo blogue, mas não sabe ao que vem, se as letras voltarão a cruzar-se para formarem palavras, palavras a juntarem-se para gerarem frases, frases a hierarquizarem-se para darem em textos… a vida tem sido uma aventura ímpar e tudo isto lhe tem fugido, porque aprendeu a fluir, a sentir por dentro (às vezes até demasiado) e nisto escapa-se-lhe a escrita porque, quando lhe dá forma e a expõe em cadernos e rabiscos, viaja de dentro para fora, limitando já qualquer perceção e entendimento, deixando o manifesto de lhe pertencer e tornando-se este já numa outra coisa.

ela voltou, com novas vestes, sem saber o que traz e ao que vem. apenas um denominador comum, qual flor de lótus… está em movimento, a caminho, logo atrás ou mesmo ao lado da essência dos dias. dos seus. dos teus. dos nossos.

(agradecimentos especiais: ao Marco Oliveira, que deu forma à primeira identidade visual de a essência dos dias; ao Albano Assunção, meu editor de sempre; e à Isa Loureiro, criadora do novo logo e responsável pela personalização do blogue)