ela perguntou o porquê. na fúria e na ansiedade, escolheu retirar-se, fechar os olhos, olhar para dentro, cada vez mais fundo a cada respiração, e procurou entender: o que a fez perder o momento? o que a tirou de um lugar de calma e confiança? o que a estaria a impedir de ser feliz – não o que a impediu de ser feliz, nem o que a impede de ser feliz no futuro, mas aqui e agora? o que a impede?
percebeu que aquilo a que estava apegada, o tal impedimento, não tinha sentido. réstias de outras vidas, traumas de outras idades, pesos que carregou ainda na barriga da mãe, tudo convertido em padrões de pensamento, padrões comportamentais, limitadores, sabotadores da vontade e dos sonhos.
ainda perdeu alguns segundos a perder-se, a desejar pedir socorro a quem quer que a pudesse ajudar, a desejar desfazer-se de tudo e chamar a tudo um embuste. mas na inspiração, expiração, percebeu que nada disso também fazia sentido, conhecer vidas passadas, culpabilizar-se pela auto-sabotagem, procurar fora o que tinha dentro.
então simplesmente aí, nesse preciso ato desperto, consciente, sereno… tudo largou, soltou, sacudiu para fora de si. lamenta, perdoa, ama, ama-se, agradece. leve e livre, varre os carmas que já não lhe servem para o ano de 2016. despede-se desse ciclo, desapegando-se dele. e, confiando em si mesma, cuida-se, rende-se e entrega-se ao novo ano, com calma, confiança, gratidão, diligentemente, bondosamente.
a essência dos dias deseja a todos consciência do ano percorrido, libertação desse peso velho-gasto-morto, e abertura plena e segura para um novo ano. um ano de abundância.