desafio momento meu

depois de uma depressão, depois de afundar em mim e por mim, um imperativo: mudar. quis o universo estar em sintonia (digo-o como se não estivesse sempre) e manda-me em jeito de graça, via Internet, o “Desafio Momento Meu“, iniciativa do Portal SuperAção com o objetivo de colocar a saúde integral na prática. abracei o acaso tão propositado e que propunha, logo a arrancar, a mudança de hábitos.
parecia simples, começar por rabiscar os hábitos atuais e consequências negativas, os hábitos novos a assumir e as consequências positivas. parecia simples começar assim, “começar pelo princípio, como se esse princípio”, diria Saramago (em “A Caverna”), “fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar estrangulamentos, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida.”
deixei de lado o papel a rabiscar e rabisquei antes no coração, o lugar onde tudo verdadeiramente começa. deixei de lado a lista de hábitos, bons ou maus, e escrevi um só, o mais sincero, o mais importante (não seria por acaso o nome escolhido para o desafio): ter um momento meu, todos os dias. porque, afinal, o que cabe nesse momento não é assim tão relevante, senão o facto de estar desperta, mais consciente, mais presente e, por isso, predisposta a não abdicar de mim. não importa se é um momento mais rotineiro, instituído, como fazer exercício físico, ou apenas um minuto dedicado ao que a alma nos pede no instante, seja recitar um mantra por meio minuto ou reparar e parar para ver um pôr de sol. pode até ser a coisa mais simples e descomplicada: aproveitar o tempo gasto em transportes públicos entre casa e trabalho para ler em vez de “vegetar”.
é preciso, de facto, desfazer muitos “novelos da vida” para começar assim, pelo princípio, largando o que nos faz mal, o que não produz resultados, o que não traz a melhor versão de nós mesmos ao de cima e optar por nos cuidarmos sempre e integralmente, sem deixar ao abandono corpo, mente ou alma. mas O Hábito “ter um momento meu” é por si só suficiente para começar a mudar, para nos equilibrarmos para uma vida mais plena, vivida com propósito e cheia de amor próprio e, consequentemente, mais amor pelos outros e pelo mundo.

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