ela tinha um problema por resolver, que lhe tomou tanto tempo e espaço no último ano quanto longos foram o tempo e o espaço dedicados a pensar e falar nele. o copo de água estava sempre, por essa altura, meio vazio. um dia resolveu mudar de pensamento como quem muda de estação de rádio.
“e agora?”, perguntaram-lhe. e ela, encolhendo os ombros, sorriu, acreditando que não tinha de preocupar-se mais porque a solução iria aparecer. tudo iria resolver-se. tudo vai resolver-se. tudo já está a resolver-se. e dizia para si mesma o quanto estava feliz e grata por tudo estar a compor-se. esta semana acordou e viu o copo de água meio cheio. no caminho dos dias ainda fez o que podia deixar para depois para em momento algum deixar de afirmar quem era. deu o que lhe fazia falta a quem ainda tinha menos. sabia que, de cada vez que estendia a mão – para entregar a inscrição no Movimento pelo Tai Chi, para pagar um livro de poesia, para dar dinheiro a uma desconhecida encolhida de miséria, para pegar no e sentir o copo de água meio cheio -, atrairia para si o que dava ao outro. e então um email caiu, o telefone tocou, alguém mais lhe falou, e outro alguém teve mais para lhe dar…
ficava atordoada a cada toque, palavra, gesto porque sabia que o universo lhe estava a dar o que tinha desejado. sabia que tinha sido sempre assim mas nunca o tinha feito antes tão consciente e claramente. nesse dia chegou a casa, procurou o copo de água e ele estava cheio.
a mente é universal, os pensamentos são imans. continua com essa energia cósmica, contagiante 🙂
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